Muitos pacientes ainda não conhecem essa função radiológica que vem ganhando espaço tanto no diagnóstico de lesões de pele, unha e anexos cutâneos, como também na cosmiatria e nos procedimentos estéticos.
Para realizar esses exames precisamos de muito treinamento e capacitação, bem como máquinas de alta tecnologia, utilizamos transdutores específicos, de alta frequência, que conseguem obter imagens de estruturas superficiais com muita resolução, nos permitindo avaliar as camadas da pele, pequenos vasos e até mesmo identificar produtos injetados.
Vou citar algumas funções do uso dermatológico de ultrassom.
- Procedimento guiados: ferramenta que vem inovando a segurança dos tratamentos injetáveis, pois realizamos todo o protocolo com a visualização ultrassonográfica direta das estruturas da região a ser tratada. Isso é possível ao utilizarmos o probe do ultrassom sobre a área onde a substância será injetada, com isso vemos ao vivo quais estruturas devem ser evitadas no trajeto da agulha. Ao iniciarmos a injeção também estaremos observando pela tela do aparelho tudo o que está acontecendo nas profundidades da pele, visualizando a agulha, a quantidade de produto que está sendo introduzida e acima de tudo garantindo que nenhuma área nobre está sob o risco de lesões.
- Manejo de complicações: infelizmente com o aumento da realização de procedimentos estéticos, muitas vezes feito com excesso ou pouca habilidade técnica, vemos muitas complicações e essas necessitam de uma avaliação por imagem, pois só assim conseguimos estabelecer exatamente qual a causa do problema. Podemos nos deparar com infecções, migração de produto, superficialização das substâncias, formação de granulomas e até mesmo as temidas necroses por obstruções de vasos. Após identificar a patologia podemos também guiar o tratamento mais indicado, conseguindo saber o local exato e qual a melhor maneira de intervir.
- Mapeamento facial para segurança: técnica que geralmente utilizamos para analisar a face de pacientes que nunca fizeram nenhum procedimento, no intuito de garantir que o mesmo não possui nenhum alteração anatômica, estipulando de maneira precisa áreas de risco naquela pessoa específica (afinal não somos todos iguais na nossa anatomia e apresentamos diferenças anatômicas mesmo que sutis). Podemos ainda ter a certeza de que o paciente não apresenta malformações vasculares, linfática, dentre outras, garantindo assim maior segurança nos procedimentos futuros.
- Rastreamento de materiais previamente injetados: é comum pacientes chegarem ao consultório após já terem realizados vários procedimentos estéticos, por vezes, não sabem apontar quais substâncias foram utilizadas para esses tratamentos. Com o ultrassom conseguimos olhar minuciosamente todas as regiões faciais, estabelecendo se ainda restam produtos nos locais e identificando qual seria esse injetável, afinal um bom radiologista consegue reconhecer as diferentes características ecográficas de cada produto e com isso diferenciar ácido hialurônico, bioestimuladores, silicone, preenchedores híbridos como o HarmonyCa, fios de PDO, preenchedores permanentes como o PMMA, dentre outros.
- Diagnóstico de lesões: podemos realizar avaliações não só nas lesões de pele mas também alterações cutâneas e do couro cabeludo. Com o ultrassom conseguimos realizar medidas, estabelecer características, delimitar profundidade/ invasão, avaliar vascularização, auxiliando no diagnóstico clínico e até mesmo guiando biópsias caso sejam necessárias.
Esses exemplos que citei acima, fazem parte dos inúmeros benefícios que os avanços médicos e tecnológicos trazem ao paciente dermatológico.
Ao encontrar radiologista dermatologista capacitados que realizem ultrassonografia de qualidade, você consegue um aliado a beleza e saúde da sua pele.
Sou uma entusiasta do ultrassom dermatológico e, a meu ver, esse é o futuro da dermatologia de precisão.